quinta-feira, 24 de novembro de 2011

I'll explain... later... sober - or not.

Diante de mim, apenas a tela deste computador – meu confidente, silencioso, paciente, que apenas me acata e não me viola. A barrinha do Word piscando ansiosa para receber minhas palavras, os excretos da minha alma preenchida por emoções e por fumaça. Ouço agora Lovesick – CocoRosie. O que mais posso acrescentar? O de sempre: o que sinto com a vida me desmiuçando e quando tento desmiuçá-la.

Hoje pensei sobre nosso lado libidinoso. Refleti sobre os limites da sexualidade, do gênero, da individualidade (até onde somos indivíduos e até onde somos todos fantoches do instinto e da espécie, como um todo). O que é viver e o que é ser feliz? Nos conheceremos o suficiente para saber lidar com nossas fronteiras? Somos escravos ou donos de nós mesmos? E o amor? O amor da sua vida é o certo pra você? E o certo pra você, é o que vai te fazer feliz? Dá pra ser feliz com o errado?

Seria mudar muito bruscamente de assunto se eu dissesse que você me faz falta? Você e tantas outras pessoas me fazem falta. Sinto falta de outras Amandas que já fui. Falta de sentir o sentido presente nas coisas. Melhor, não precisar que as coisas façam sentido pra que me satisfaçam.

Agora estou ouvindo Treasury of We – Glasser. Essa música me lembra que eu tenho necessidade de viver momentos cinematográficos que façam jus aos meus desejos. Desejo de ir naquele lugar que sempre projeto. O penhasco, o céu, nossa sensação de finitude e infinidade diante dele. Sensações que, ocorrendo mutuamente, nos provam: somos dialéticos. A dialética que causa toda essa bagunça existencialista. Se fosse tudo 8 ou 80, preto ou branco, não precisaríamos lidar com espectros desconhecidos.

Ninguém vai entender, acho. Mas faz tanto sentido pra mim.

2 comentários:

  1. Eu acho sempre tão curioso falar em "o certo pra mim", "o errado pra fulana". Quer dizer, o que diabos é certo? OK, tu pode dizer que o certo é aquilo que a pessoa acredita e isso encerra a discussão. Claro, é a saída do relativismo. O que pergunto é: haverá outra saída? Estou aqui pensando se, para mim, o certo não seria que não há.

    Ah, e sobre a última frase, qualquer um que ler vai tirar um sentido desse teu texto. Qual? O certo para aquela pessoa, talvez. Se a gente sabe, e suponho que tu saiba, que não exista Verdades, então esperar que alguém nos entenda parece tão distante... Talvez valha mais - ou resulte melhor - querer que entendamos que alguém nos entende, mesmo que isso seja uma ficção =)

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  2. Primeiramente, welcome ^^.

    Enfim, a questão do certo e errado foi evidenciada justamente para ser desprezada. É complicado vermos o "certo" e o "errado" como existentes se nos limitarmos a suas definições banais, de o que faz bem e o que faz mal, do justo e do injusto (por isso cito a dialética no final do texto). De qualquer forma, acho que o certo e o errado podem existir e inexistir a qualquer momento, não por relativismo, mas por uma questão de complexidade que as vezes nos leva a dizer que "simplesmente é".

    Sobre a última frase, digo sobre entenderem o sentido pra mim, e realmente não vão, justamente por cada um ter sua própria interpretação. A ontogênese impede a unanimidade, felizmente.

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