sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quando você ama, parece que dá liberdade pra pessoa perder a etiqueta e te machucar sem nenhuma elegância.

A título de desabafo

É indescritível a dor de uma decepção, a dor de perceber o quão hipócrita e baixa uma pessoa pela qual você nutria grande afeição pode ser. O inesperado dói mais, te pega de calças curtas e te faz se arrepender de algum dia ter acreditado que amizades e relacionamentos se constroem juntamente com trocas de confidências e beijos. Bem, chega um período da vida, e talvez eu esteja nele, em que você percebe que TODAS as pessoas são falíveis.

Estamos todos podres por dentro? Eu não sei, mas já consigo sentir o cheiro de enxofre exalando de alguns. Sinto o cheiro de vômito quando algumas pessoas abrem a boca pra falar e, quando falam, a voz faz brotar em mim um desejo fulminante de ter uma bazuca de bolso. Ojeriza. É essa a palavra. Nojo da voz, da fala, da presença, da existência. Nojo de mim por ter permitido entrarem na minha vida e defecarem nela, lambuzarem as paredes já sujas do meu emocional com suas merdas provindas de vidas fétidas e catatônicas.

Irônico como não há sequer um pingo de maturidade em alguns protótipos de gente, pessoas incapazes de assumir seus erros e, pelo menos, terem a dignidade de declarar a não-intenção de consertar.

P.S.: Pra quem contesta o que eu escrevo e vem com mimimi de pseudo-ofendido que borra as calças e não aceita que fez merda: EU TENHO UM LOGIN, UMA SENHA E UM EU LÍRICO, então kiss my skinny ass! _l_

domingo, 25 de setembro de 2011

Estrada

- Nunca vi tantos cadáveres, urubus e ossadas em uma estrada só.
- Que estrada?
- A que me traz do meu passado até o agora.

"You spurn my natural emotions, you make me feel like DIRT, and I'm hurt".
Ever Fallen In Love - Nouvelle Vague


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Catastrófica ausência

Não me faça implorar

Pelo seu abraço

Pela sua expiração me soprando para poder seguir com vida

Não me faça implorar

Pelo seu beijo

Pelo seu sorriso que devora meus fantasmas

Vomite sua frieza e jante meus pedidos

Chegue mais perto, eu não me basto

Toque!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ela é minha

Acaba que você cai naquela besteira de ver o outro como propriedade. Quando você justifica algo com a palavra “ciúme”, você está dizendo: “é meu”. Todos nós queremos ser donos de alguém, alguns mais que outros, mas todos queremos. Só que não é por maldade, é porque não existe coisa melhor que chamar de “meu” quem você não quer que seja tocado por outra pessoa. E quando você precisa abrir mão, deixar ir, você perde tudo. Dói só de imaginar. E não acontece só uma vez na vida. Acontece o número de vezes que você ama. Amar é, acima de tudo, não saber dividir.

Ela é minha. Só minha.

sábado, 3 de setembro de 2011

Uma reflexão sobre nossa vida de mosca

Queria ser um inseto. Uma despretensiosa mosca, voando sobre sujeiras tão menos nojentas que as conversas das pessoas que eu, bípede imbecil, já dialoguei. Sendo uma mosca, eu não sofreria com o dramático fato de que meu polegar opositor não serve para agarrar caminhos certos ou verdades soltas em olhares. Muito menos com a inabilidade dos meus dois membros inferiores de andar sobre a linha tênue que existe entre a bipolaridade de meus sentimentos.
Não usaria o fato de ser uma mosca para ouvir/ver de camarote conversa de ninguém, pois seriam apenas zumbidos. Sendo humana, já acho que é zumbido. Ou você acha que tem algo de importante a dizer? Já notou que grande parte do que você jurava constituir sua individualidade foi por água a baixo? Nisso o Orkut foi útil. Através das comunidades, você descobriu que milhares de pessoas além de você também treinam pra receber o Oscar (debaixo do chuveiro e com o xampu na mão). Outras milhares de pessoas falam sozinhas e algumas centenas compartilham do seu suposto requintado gosto musical. Sua individualidade é compartilhada. Você não é diferente, pelo menos não como você gostaria.
Sendo assim, melhor ser uma mosca. Não somos ninguém, não vamos além de uma assinatura e uma 3x4. E ainda vomitam dentro de nossos ouvidos falácias poéticas que nos cegam, como a de que somos especiais. Vivemos como moscas, somos mais sujos que elas, mas nos iludimos e nos iludem todos os dias, alimentamos nossa pretensão. Massageamos nosso ego com mentiras, acreditamos ser superiores em relação a todos os outros seres vivos... Mas, quando colocamos a cabeça no travesseiro, nossa insignificância e nosso vazio começam a percorrer por todo nosso íntimo. Choramos, sofremos, perdemos a capacidade primordial de dormir. Moscas dormem bem.
A questão da mosca para mim é como a de mudança de sexo para quem sente que nasceu no corpo errado: só quero que meu físico represente o que sou por dentro. De tal forma que minha vida seria mais funcional e menos pesarosa. Moscas não se decepcionam, moscas pousam somentes sobre merdas concretas e moscas são mais relevantes estragando uma sopa que qualquer nobel recebido por solucionarmos problemas que nós mesmos criamos.